
“Barioná”, é o título do Mistério de Natal escrito e levado ao palco três vezes no Stalag 12D, em Tréveris, Alemanha, onde o autor esteve preso.
Em 1940 Jean-Paul Sartre escreveu a sua primeira peça de Natal, num campo de prisioneiros alemão. Encenou-a, dirigiu a construção dos figurinos e representou o papel de um dos personagens centrais.
Para incluir o maior número possível de reclusos, Sartre criou uma dramatização de três horas e meia, envolvendo 60 pessoas e após as representações impediu, durante décadas, a passagem para a escrita deste mistério de Natal.
A exibição, que ocorreu nos dias 24, 25 e 26 de dezembro de 1940, foi presenciada por cerca de dois mil prisioneiros de cada vez.
A representação teve como origem o desejo e a autorização de celebrar a Missa do Galo no campo de prisioneiros. Esta notícia e a relação de mútuo respeito entre Sartre e um grupo de sacerdotes católicos, constituído pelo padre Marius Perrin, o dominicano Pierre Boisselot – que exercia a função de capelão do campo – o jesuíta Maurice Espitallier e o padre Henry Leroy, levaram a que ele tomasse a iniciativa de propor a junção do sagrado e do profano: «Porque não ressuscitamos a tradição dos Mistérios que antes se celebravam e nos quais todos podem participar de alguma maneira?»
O Teatro do Ourives estreou a peça em Portugal em 2010 e este ano volta a propô-la na sala principal do Teatro da Trindade, em Lisboa.
Os espetáculos decorrem até 23 de Dezembro (6ª f), às quintas, sextas e sábados às 21h00.
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