Fiquei muito feliz com a votação da Lonely Planet que elegeu Lisboa como segundo melhor destino internacional, ainda que não me tenha surpreendido.
É certo que a relação emotiva que tenho com a cidade me tolda a objectividade mas, do mundo que conheço, Lisboa é sem dúvida a mais bela cidade que já visitei. Porém, um destino turístico não se vende apenas pela paisagem. É por isso que nos deve preocupar a falta de comunicação entre as centenas de entidades que tutelam a gestão da cidade coloquem em causa o prestígio internacional que a cidade alcançou. É inaceitável que por um lado o executivo camarário pretenda reduzir na limpeza do espaço público, que a colecção Berardo tenha um futuro incerto, que se equacione encerrar o metro às 23 horas...
Sou muito crítico e pessimista quanto à falta de estratégia e de ideias para Lisboa. Há quase dez anos que Lisboa tem tido uma administração de condomínio. Não se lhe reconhece uma ambição ou um objectivo de futuro. O mínimo que podemos fazer é mobilizar-mo-nos para evitar destruir aquilo que a cidade já alcançou. O turismo é o motor da economia da cidade o que acarreta responsabilidades acrescidas a todas as entidades que gerem a vida da cidade, desde a polícia às empresas de transporte.
O actual vazio de estratégia é mais uma evidência da urgência de uma reforma política e administrativa que dote Lisboa de uma governação mais eficaz e que seja abrangente à vida da cidade. É curioso que o apelo ao debate da regionalização surja sempre a Norte ou no Algarve, dado que Lisboa carece da evidente necessidade de um governo de âmbito metropolitano que seja capaz de responder de forma integrada aos problemas da cidade e seja capaz de lhe traçar uma estratégia de futuro.
É certo que a relação emotiva que tenho com a cidade me tolda a objectividade mas, do mundo que conheço, Lisboa é sem dúvida a mais bela cidade que já visitei. Porém, um destino turístico não se vende apenas pela paisagem. É por isso que nos deve preocupar a falta de comunicação entre as centenas de entidades que tutelam a gestão da cidade coloquem em causa o prestígio internacional que a cidade alcançou. É inaceitável que por um lado o executivo camarário pretenda reduzir na limpeza do espaço público, que a colecção Berardo tenha um futuro incerto, que se equacione encerrar o metro às 23 horas...
Sou muito crítico e pessimista quanto à falta de estratégia e de ideias para Lisboa. Há quase dez anos que Lisboa tem tido uma administração de condomínio. Não se lhe reconhece uma ambição ou um objectivo de futuro. O mínimo que podemos fazer é mobilizar-mo-nos para evitar destruir aquilo que a cidade já alcançou. O turismo é o motor da economia da cidade o que acarreta responsabilidades acrescidas a todas as entidades que gerem a vida da cidade, desde a polícia às empresas de transporte.
O actual vazio de estratégia é mais uma evidência da urgência de uma reforma política e administrativa que dote Lisboa de uma governação mais eficaz e que seja abrangente à vida da cidade. É curioso que o apelo ao debate da regionalização surja sempre a Norte ou no Algarve, dado que Lisboa carece da evidente necessidade de um governo de âmbito metropolitano que seja capaz de responder de forma integrada aos problemas da cidade e seja capaz de lhe traçar uma estratégia de futuro.
É excelente a comparação entre a gestão do município de Lisboa e um condomínio.
ResponderEliminarPorém, alvitrar-se uma "regionalização" carece de melhor definição do sentido que se pretende para a expressão.
O tema da criação de regiões administrativas em Portugal continental deveria ter ficado resolvido em 1998, mesmo não tendo sido possível alcançar o caracter vinculativo do referendo realizado. Dos votantes, venceu claramente a opção contrária à regionalização. Foi um esforço colectivo, mas o PSD esteve desde a primeira hora superiormente empenhado na unidade nacional, contrário às teses regionalistas.
Voltar à questão, como muitos pretendem, mesmo no próprio PSD é errado.
Se "regionalizar", afinal, é empregue apenas em sentido figurado, menos mal. Mas arrisca a suspeita desse fantasma...
Caro Anónimo,
ResponderEliminarMuito obrigado pela participação. Pelo que li da ideia do Rui Costa Pinto, penso que ele se refere a um pensamento da metrópole de Lisboa. Ou seja, pensar Lisboa e as diferentes cidades que a envolvem, pois acabam por ser um bloco que carece de um pensamento global e de um olhar diferente, que hoje em dia nenhuma entidade consegue ter.
Um pouco à imagem de Madrid.
Sabia que existe quem há anos pense numa "Cidade das duas margens"? O Governo prepara-se para acabar com isso...
ResponderEliminarA regionalização faz sentido e falta ao país, mas causa bicho a muita gente, por isso nem vale a pena insistir.
ResponderEliminarPensando em Lisboa, o que seria desejável era o fim das Câmaras Municipais Área Metropolitana de Lisboa, e a incorporação disso tudo num estrutura única pensada em moldes semelhantes à Greater London Authority.
http://en.wikipedia.org/wiki/Greater_London_Authority
Uma coisa desenhada a pensar no governo de uma área urbana com 3 Milhões de pessoas que todos os dias partilham muitas das mesmas estradas, comboios, hospitais, centros comerciais, etc etc.
Gerir Lisboa (inteira, não só a CML) é gerir quase 1/3 da população nacional. Não vejo porque razão isso tenha de ser feito com os mesmos poderes, competências e limites com que são geridos os outros 2/3 dispersos por mais de 300+ municípios.
Infelizmente tudo o que implique "juntar" implica acabar com cargos... e todos sabemos o quanto é difícil tirar o pão ao "amigo", enquanto os dirigentes não olharem para o bem do que governam/dirigem em vez do bem da sua carteira não andamos para a frente!
ResponderEliminarVarios elementos vitais da Area de Lisboa e arredores deveriam ser sempre pensados como 1 só!
Acessibilidades, transportes, saude, serviços sociais, etc...
Evita-se a duplicação de serviços iguais demasiado próximos e ganha-se uma grande articulação entre serviços iguais mas de Concelhos diferentes.
Caro Rui C Pinto,
ResponderEliminarPrimeiramente os meus parabéns pela qualidade do seu blog.
Dada a temática abordada, tomei a liberdade de publicar este seu "post", com o respectivo link, no
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Regionalização
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Cumprimentos